segunda-feira, 24 de abril de 2017

Comportamento

Um minuto para meditar 


A meditação – nem a ciência duvida mais – traz inúmeros benefícios para a nossa saúde física e emocional. Entre outras coisas, meditar diminui o estresse, a ansiedade e os pensamentos recorrentes; aumenta o otimismo e a resiliência (habilidade para reagir de maneira positiva diante de situações adversas); alivia a dor e a depressão; melhora o funcionamento do sistema cardiovascular; e fortalece o sistema imunológico. Em pessoas que meditam há mais tempo, a prática chega a provocar mudanças estruturais no cérebro – fato devidamente comprovado por tomografias e ressonâncias magnéticas.

Existem várias técnicas de meditação, mas todas têm em comum o controle da atenção, algo bastante difícil para a maioria dos seres humanos, principalmente para nós, ocidentais. Martin Boroson, autor do livro Um momento de meditação – paz interior para quem tem uma vida corrida (Sextante), teve certeza disso justamente numa manhã em que praticava a sua meditação habitual. Apesar de determinado a ficar imóvel por 30 minutos, ele percebeu que sua mente estava acelerada e o tempo parecia não passar. “Fiquei preocupado”, conta ele, “pensando que tinha esquecido de ajustar o alarme e que acabaria sentado ali por horas”. Quando finalmente decidiu olhar o relógio, descobriu que faltava apenas um minuto, ou seja, ficara 29 minutos se perguntando se havia passado meia hora.

Naquele instante, Boroson decidiu “recomeçar e meditar pelo tempo que restava – um minuto, mas um minuto que valesse a pena”. A partir de então, tornou isso uma prática cotidiana, meditando por um minuto, em todos os lugares, sempre que tivesse um tempo livre. Os resultados foram tão bons que acabou espalhando a prática pelo mundo afora.

Boroson, que estudou filosofia e psicologia, além de fazer MBA em administração, oferece hoje programas de meditação para funcionários de grandes empresas e instituições de saúde. Seu método já ajudou mais de meio milhão de pessoas a começar a meditar e a diminuir o estresse.

Assim que tiver um tempinho, assista ao vídeo abaixo, One-Moment Meditation, esqueça por um minuto a crise brasileira e relaxe. Como boas sensações viciam, sugiro que vá ao Google Play, baixe o app gratuitamente e carregue no bolso o seu momento de paz.





 Tradução do vídeo: http://www.melhorconsciencia.com.br/


domingo, 2 de abril de 2017

Agenda

Terapia para pessoas de luto

A Unidade de Intervenção à Família e Comunidade, da Escola de Enfermagem da Unifesp, mantém grupos de terapia para pessoas que perderam os pais, filhos ou companheiros. Os encontros são quinzenais e ocorrem sempre às sextas-feiras, das 12h30 às 14h, na Rua Leandro Dupret, 166, Vila Clementino, São Paulo, SP.

Os interessados em participar devem agendar uma entrevista inicial pelo telefone (11) 5084-4698, com Marlene, ou pelo e-mail familiaunifesp@gmail.com. O serviço é gratuito.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Turismo

CURTINDO UMA RESSACA

                                                                                              Fotos: Fátima Afonso

Amo o mar, seu cheiro característico, o vaivém das ondas e a amplitude do horizonte – tudo isso, claro, emoldurado por um céu intensamente azul. Pra ser bem sincera, em dias cinzentos fujo da praia. Há cerca de dois anos, porém, por força das circunstâncias, decidi ir pra Santos (litoral de São Paulo) numa semana nada promissora em termos de tempo e temperatura. Como a intenção era apenas arejar as ideias, resolvi descer a serra assim mesmo. Afinal, opções de passeio não faltariam. O centro histórico da cidade, o Parque Zoobotânico Orquidário, o Museu do Café, o Aquário Municipal e o Museu da Pesca eram algumas delas.

O tempo, na verdade, não estava de todo ruim: para a minha felicidade, vez ou outra, timidamente o sol se mostrava. No meio da semana, porém, a cidade foi surpreendida por uma ressaca. Pela primeira vez, decidi ver de perto o mar revoltoso. Esperei passar o momento mais crítico e, munida apenas da minha máquina fotográfica, fui para a praia. Indiferente à força do vento, me deixei hipnotizar pelo movimento das águas ­– àquela hora do dia, já bem mais mansas – e pelo jogo de luzes e sombras que a natureza desenhava à minha volta. Que grande artista é a natureza em fúria... Se soubesse isso antes, certamente não teria fugido tanto do mau tempo.
                                                                                                               



Caminhava pelo calçadão, envolvida por aquela paisagem, quando cruzei com um grupo de
freiras, que, pela pouca idade, deduzi serem noviças. Surpresa, ouvi uma delas dizer às outras: “Já que estamos aqui, vamos aproveitar”. Imediatamente, tiraram as sandálias e partiram na direção do mar. Mesmo de longe, pude sentir a alegria com que pisavam na areia e tocavam a água. Sem dúvida, sabiam aproveitar o momento; provavelmente, porque não tinham certeza de poder voltar ali algum dia. Mas quem tem? Afinal, a vida é sempre curta e cheia de imprevistos. Talvez o melhor mesmo seja viver cada dia como se fosse a véspera de um longo período na clausura... Decididamente, ainda tenho muito que aprender.


GALERIA DE FOTOS













terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Saúde

Nova Dieta do Mediterrâneo

OS MANDAMENTOS DA BOA 

SAÚDE


Para se adaptar ao modo de vida atual, em 2010 a pirâmide da Dieta do Mediterrâneo passou por uma revisão. Por iniciativa da Fundación Dieta Mediterránea, especialistas de várias áreas ­– da nutrição à antropologia – incorporaram elementos qualitativos ao antigo gráfico, como fazer exercícios e conviver com a família e os amigos (veja ilustração).

A partir dessa atualização, a fundação traçou o seu Decálogo, que resumimos a seguir:

1. Preferir o azeite de oliva a outros tipos de gordura. Rico em vitamina E, betacarotenos e ácido graxos monoinsaturados, o azeite ajuda a manter o coração saudável.

2. Consumir grande quantidade de alimentos de origem vegetal: legumes, verduras, frutas frescas e secas. Os antioxidantes e fibras presentes nesse grupo de alimentos contribuem para a prevenção de certos tipos de câncer e de doenças cardiovasculares.

3. Comer diariamente pão, cereais e alimentos feitos com eles, como macarrão, principalmente se forem integrais. Os carboidratos desses alimentos fornecem boa parte da energia que precisamos para as nossas atividades.

4. Os alimentos frescos, de temporada e pouco processados são melhores. Os produtos da época não só são mais apropriados para nos fornecer nutrientes, como também têm mais sabor e aroma.

5. Consumir produtos lácteos todos os dias, principalmente iogurte e queijos. O leite e seus derivados são fonte de proteínas, minerais e vitaminas. No caso do iogurte, os benefícios são ainda maiores, já que os micro-organismos vivos presentes em sua composição equilibram a flora intestinal.

6. Consumir carne vermelha com moderação e a carne processada em pequena quantidade. Gordura animal em excesso é prejudicial à saúde.

7. Comer peixe em abundância e ovos com moderação. É recomendado consumir peixes oleosos, como salmão, no mínimo uma ou duas vezes por semana. Sua gordura ajuda a proteger o organismo contra doenças cardiovasculares. Os ovos são uma boa alternativa para a carne vermelha e o peixe, podendo ser consumidos de três a quatro vezes por semana.

8. Em vezes de doces, comer frutas frescas de sobremesa, no meio da manhã ou da tarde.

9. Ingerir de 1,5 a 2 litros de água por dia, já que a hidratação correta é fundamental para a saúde. O vinho, uma bebida tradicional na dieta mediterrânea, traz benefícios para a saúde desde que consumido com moderação.

10. Fazer exercícios diariamente é tão importante como ter uma alimentação saudável.






Serviço

Para mais informações sobre a Dieta do Mediterrâneo, acesse http://dietamediterranea.com/





terça-feira, 10 de novembro de 2015

Saúde

TERAPIA FAMILIAR E DE CASAL


A Unidade de Intervenção à Família e Comunidade (Unifac), da Escola Paulista de Enfermagem da Unifesp, está com vagas para pessoas interessadas em fazer, gratuitamente, terapia familiar e de casal ou em participar de grupos terapêuticos voltados para quem perdeu os pais, os filhos ou o cônjuge.

As inscrições para uma entrevista inicial devem ser realizadas pelo telefone (11) 5084-4698 ou pelo e-mail familiaunifesp@gmail.com. Os pacientes serão atendidos na Rua Leandro Dupret, 166, São Paulo (SP).

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Sabedoria tradicional


Dizem que, há muito tempo, um mestre sufista foi morar em uma pequena cidade para converter seus moradores. Logo que ali chegou, muitos iam ouvir suas pregações. Com o passar do tempo, porém, as pessoas foram pouco a pouco se afastando, até não haver mais ninguém para ouvi-lo. Mesmo assim, o bom homem continuava a pregar.

Certa vez, ao tomar conhecimento da situação, um estrangeiro que passava pela cidade resolveu procurá-lo. Inconformado com a situação, perguntou-lhe:
“Afinal, por que o senhor ainda insiste em continuar com os sermões, se não há um único fiel para ouvi-lo?”

“Quando me mudei para cá”, explicou ele, “eu pregava com o intuito de transformar as pessoas. Hoje, meu amigo, eu prego para não deixar que elas me transformem”.


                                                    (Adaptado da tradição sufista)

domingo, 7 de julho de 2013

Turismo


Cidade de Goiás: história,

natureza boa prosa


Ponte sobre o Rio Vermelho, que corta Goiás Velho.              (Fotos: Fátima Afonso)

Estive pela primeira vez na cidade de Goiás (GO) no final de 1998. Na época, ela pleiteava o título de Patrimônio Histórico da Humanidade, que acabou conseguindo em 2001. De lá pra cá, duas grandes enchentes – uma logo após o tombamento e outra em janeiro de 2011 – colocaram em risco muitas de suas construções históricas. Recentemente, voltei à região para uma nova visita e, para minha surpresa, me deparei com a mesma Goiás de 15 anos atrás: charmosa, acolhedora e exalando história em cada esquina.
A cidade, que nasceu como Arraial de Sant’Ana, foi fundada em 1727, por Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhanguera. Doze anos depois, em 1739, passou a se chamar Villa-Bôa de Goyaz, em homenagem aos índios goyazes, seus primeiros habitantes. Por isso quem nasce em Goiás Velho – como também é conhecido o município – é vila-boense. Eis aí um adjetivo gentílico que eu jamais adivinharia.


Casa da Ponte, onde morou a poetisa Cora Coralina.
O ponto turístico mais conhecido da cidade é, sem dúvida, a Casa da Ponte, onde viveu a doceira e poetisa Cora Coralina, que morreu em 1985, aos 95 anos. Embora escrevesse desde a juventude, Cora só teve seu primeiro livro publicado quando estava com 76 anos e, pela fama propriamente dita, ainda teve de esperar até os 90. Na Casa da Ponte, móveis, roupas e objetos pessoais contam um pouco da história da poetisa. Lamentavelmente – por causa do “direito de imagem”, segundo a guia local –, nada disso pode ser fotografado. Fico imaginando o que pensaria Cora dessa estranha proibição...

Além da Casa da Ponte, a cidade tem mais três museus. Na antiga Casa de Câmara e Cadeia está instalado o Museu das Bandeiras, onde podem ser vistos utensílios, pratarias, móveis e outros objetos dos séculos 18 e 19 e do início do século 20.

Museu das Bandeiras.
 
O Palácio Conde dos Arcos, fundado em 1755, foi construído para ser a sede da Capitania de Goiás e residência do governador. Em 1937, com a transferência da capital do Estado para Goiânia, passou a abrigar a Prefeitura. Só em 1961 foi transformado em museu. Todos os anos, no aniversário do município – comemorado em 25 de julho –, Goiás volta, simbolicamente, a ser a capital do Estado e por três dias o governador e sua família se instalam no Palácio.
Museu de Arte Sacra.
Já o Museu de Arte Sacra fica na Igreja Nossa Senhora da Boa Morte, que foi erguida em 1779 sobre os alicerces de uma das casas de Anhanguera. Ali podem ser vistas, entre outras, as obras do santeiro goiano Veiga Valle.
Igreja Nossa Senhora do Rosário.
As igrejas de Goiás Velho, ao contrário do que acontece em cidades como Ouro Preto (MG) e Salvador (BA), primam pela simplicidade e despojamento. A de Santa Bárbara, construída em adobe e blocos de pedra-sabão, é a que fica mais distante do centro histórico. Mesmo assim, pode-se chegar lá a pé. O maior esforço, na verdade, vem depois da caminhada: enfrentar uma escadaria de cerca de 50 degraus. Mas vale a pena: dali se tem uma das mais belas vistas da cidade.



A cidade vista da Igreja de Santa Bárbara.
Ao fundo, a Serra Dourada.
 
Além da rica história colonial, Goiás tem uma natureza privilegiadíssima, que começa no centro urbano e se estende até a Serra Dourada, cuja beleza é famosa na região. De lá saíam as areias coloridas – num total de 551 tonalidades – com que Goiandira do Couto, prima de Cora Coralina, fazia seus quadros.
Goiandira do Couto, em 1998.
Quando visitei a cidade pela primeira vez, a artista plástica – que faleceu em agosto de 2011 – já estava com mais de 80 anos. Mesmo assim, rotineiramente recebia os turistas em sua residência, não só para mostrar suas obras, mas também para trocar um dedo de prosa com cada um que ali chegasse.
Na época, defini Goiandira como a figura-síntese da cidade: simpática, surpreendente e acolhedora. Essa, definitivamente, é a imagem que guardo tanto da pintora como da pequena Goiás – sempre de braços abertos para receber o visitante.
 
 
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Dicas de Viagem

 
  • Goiás Velho fica a cerca de 140 km de Goiânia.
  • Ponha na mala roupas e calçados confortáveis. A cidade deve ser visitada a pé.
  • Para quem visita Goiás de segunda a sexta-feira, a grande dificuldade é encontrar um restaurante aberto. A maioria deles não abre e os que abrem fecham cedo. À noite, isso piora um pouco. De qualquer maneira, sempre é possível recorrer ao Bar do Primo, como fiz algumas vezes.
  • Para visitar os principais pontos da Serra Dourada – um passeio imperdível –, é preciso disposição e certo preparo físico para enfrentar uma árdua caminhada, de cerca de 5 horas (ida e volta). Vá acompanhado de um guia, que pode ser indicado pelos hotéis. Na mochila, além de roupas e sapatos confortáveis, leve um boné, água, lanche, protetor solar e, claro, uma boa máquina fotográfica.
  • Saia para passear sem pressa, com tempo para conversar com os moradores da cidade, sempre dispostos a uma boa prosa.